terça-feira, 20 de maio de 2008

DIA 2 - LITCHFIELD - ERR... VEJAMOS... ZENO'S MOTEL AND STEAKHOUSE

Hello everybody! Pedimos desculpas pela ausência de notícias ontem, mas lamentavelmente, não tínhamos Internet funcionando no hotel... Então, agora, já no dia 3, começamos pelo post do dia 02 (que apesar de ter sido postado apenas hoje, foi escrito ontem, religiosamente!). E, pra constar, manteremos o formato de postar os updates e, na sequencia, novo post apenas com as fotos legendadas.

E lá se foi o segundo dia... a Rota está apenas começando, e tanta coisa já aconteceu. Mais uma vez, inicio o post do dia relatando a noite do dia anterior. E que noite!!!!! Depois da sessão escatologia proporcionada pelo Rodrigão em parceria com o travesseiro do Carlão e todas as 36 latinhas de Bud que haviam sido compradas na liquor store terem se extinguido, fomos pra rua atrás de algum lugar aberto. Perguntamos na recepção do hotel e a distinta criatura da recepção nos deu a excelente notícia de que já devia estar tudo fechado (detalhe: não eram ainda 10h da noite...). Pedimos um táxi e ela disse que podia tentar, mas que só tinha um táxi na cidade... Resolvemos tentar a sorte e saímos a pé... passamos num Taco Bell do lado do hotel onde fomos informados que tava mesmo fechado, mas onde recebemos uma excelente notícia! Havia um lugar que talvez estivesse aberto. Rodrigão travestiu-se de nosso guia (Rodrigão é meu pastor e nada me faltará...) e achamos pelo rumo um lugar absolutamente surreal. Exatamente o tipo de lugar que esperaríamos encontrar na rota...

Um karaokê, com palco e tudo, mesas de sinuca, jogos de dardo, um gigantesco balcão no bar e umas.... 5 pessoas lá dentro (o lugar era muito grande, acho que tinha espaço pra umas 200 pessoas se estivesse cheio...). Encostamos no balcão enquanto uma gordinha urrava “Beautiful” da Cristina Aguilera no microfone, e começamos os trabalhos com 7 buds e 7 JD. Dali pra frente, só alegria. Cantei Born to Be Wild no Karaokê no mais fiel estilo da 66. O cara do som era uma figura... quando ninguém pedia música pra cantar ele próprio assumia o microfone. A dona ou gerente do lugar era uma japonesa que provavelmente nunca viu tanto movimento e dinheiro num domingo a noite. Lá pelas tantas a fome bateu e pedimos o que tinha pra comer... pizza! Obviamente, que congelada, daquelas empacotadas e numa caixa como as que têm nos mercados no Brasil. A atração ficou pela forma de aquecimento da pizza (era uma máquina que parecia ter saído de um cruzamento de cafeteira elétrica com secador de cabelos) e, além disso, o gran finale!!!!! A japa serviu a pizza utilizando a caixa como prato! Sim, é isso mesmo. Ela abriu a caixa pra tirar a pizza de dentro, aqueceu e no melhor estilo “sustentabilidade”, utilizou a caixa como prato!!!! Hilário, as pizzas fumegando em cima das fotos da própria estampadas na caixa de papel!!!!!

Assim sendo, como não poderia deixar de ser diante das circunstâncias, o dia começou negro. Primeiro pela ressaca generalizada. Segundo e pior, pelo céu nublado e pelo pé d’agua que caía! Tudo bem!!!! Oportunidade pra usar as roupas de chuva nas quais a maioria havia investido no dia anterior na loja da Harley.

Tivemos cerca de uma hora de chuva e a partir daí o dia abriu. Pegam os um trecho de 66 estupendo logo após a parada da chuva. Countryside, paisagens rurais, gente de verdade nas ruas, belíssimos landscapes. Chegamos a andar em alguns trechos os quais, se estivéssemos na América do Sul, eu chamaria de rípio... como estamos nos EUA, ficamos com cascalho. Lugares realmente ermos, vilarejos com população de não mais que 800 pessoas.

No final da manhã paramos num café que, a exemplo do dia anterior, era surreal. Luna Café! Memorabilia original da rota estampada por todo lado, nostalgia até a raiz, letreiros de neon, todo tipo de material relacionado a rota espalhado e uma cena de filme americano... o balcão do bar antigo, 3 ou 4 velhinhos sentados bebericando cerveja enquanto se debruçavam no balcão e assistiam à televisão colocada atrás da garçonete, a qual, por sua vez, também não ficava atrás, com um short minúsculo e uma blusa mega decotada, fazendo a alegria dos velhinhos do alto do corpitcho que, se um dia já foi bonito, este dia ficou num passado beeeeeem distante. Como de costume, viramos atração. Um dos velhinhos saiu animadíssimo ainda enquanto estacionávamos as motos e disse que ia chamar os amigos da cidade. Daqui a pouco, outros velhinhos se juntaram, trazendo revistas de motos e querendo conversa. Velhinhos mega-motorizados, diga-se de passagem (2 corvetes conversíveis e um 300C, só pra começar).

De lá, fomos à Chain of Rocks Bridge, uma ponte construída em 1927 sobre o Rio Mississipi que hoje encontra-se desativada, e que é única por ter uma espécie de “cotovelo” no meio da ponte.

De lá, de volta à rota, sempre buscando encontrá-la pelo GPS e pelos mapas disponíveis. Esse talvez seja o maior desafio até aqui: conseguir manter-se na Route 66, já que ela serpenteia de um lado a outro das Interestates e chega ao ponto de ter dois alinhamentos diferentes no mesmo trecho. Hoje o dia foi de mais feeling e menos GPS. Tentamos seguir apenas a os sinalização, na maioria das vezes precária, que indicava a route na maior parte do tempo e deu certo.

Na sequência, passamos ao largo de St. Louis (aparentemente uma grande cidade) e já após ter deixado o estado do Illinois e ter entrado no Missouri, chegamos às Meramec Caverns, onde supostamente Jesse James e seu bando montaram uma espécie de esconderijo. Que lugar fantástico! Formações subterrâneas de muitos milhões de anos e uma produção esperada tornam esta visita um espetáculo difícil de ser igualado.

Finalmente, já no final do dia, passamos por Cuba e paramos para dormir no Zeno’s Motel and Stakehouse, um motel típico da Rota operado há mais de 40 anos pela mesma família. Sentamos no bar pra tomar uma Bud e, neste ínterim, aparece do nada um senhor de barba branca e pinta de harleyro, que sem cerimônia puxou uma cadeira e sentou-se na nossa roda puxando assunto. Ele, também um motociclista em trânsito, contou várias histórias, mostrou-se empolgado com as nossas próprias histórias e, pra completar, propôs uma troca de camisas, pedindo a minha camisa em troca da dele. Claro que aceitei na hora. Momentos como este são únicos. Como disse o senhor cujo nome não decoramos (maldita memória fraca pra nomes...), “if you are on two whells, you’re never alone, don’t matter where you are”. Como ele disse, motociclistas formam uma irmandade (brotherhood), e este, cada vez mais, parece ser o espírito da rota e do prazer de viajar em duas rodas.

Fechamos o dia sem nenhum contratempo, o Carlão conseguiu não cair nenhuma vez e a viagem segue de vento em popa. Como ponto negativo, apenas a havaiana de florzinha que o Carlão exibiu nos pés a noite... Apostamos que devia ser presente da mulher ou de alguém muito querido, porque só isso explicava usar aquela coisinha gay... Pensando bem, nem isso explicaria... MULTA pro Carlão!

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