sábado, 17 de maio de 2008

DIA ZERO - A CHEGADA

Resolvi chamar de dia "zero" porque não podemos dizer que hoje foi propriamente o dia 01 da viagem, porque ainda tivemos muito pouco contato com a Route 66 propriamente dita. O trajeto por ela começa de verdade amanhã, portanto, ficamos com dia zero.
Felizmente todos conseguiram chegar a tempo de embarcar no vôo da United ontem em Guarulhos. Não sem alguma espera no trânsito de São Paulo (Rodrigão e Carlão) e não sem quase uma hora de atraso no vôo da TAM que saiu de Curitiba. Check-in ok, todos acomodados, fomos pra imigração. Quase 30 minutos de fila depois, já tinham umas 30 multas computadas pra cada um, é impressionante. Se o sujeito falar "A" errado já tá pagando multa...

O vôo transcorreu ok. Rodrigão de pijaminha do Ozzi (sim, vcs leram direito... pijaminha... pretinho e de caveirinha... que, diga-se de passagem, ele usou como se fosse uma calça normal a viagem toda...) e Crocs, Montanha e Dudone pilhados pra fumar o último cigarro antes de embarcar, serviço de bordo razoável, chegada no horário.
Na imigração nos EUA, tudo ok. O Barbalho ficou meio puto, achou que a mulher que o atendeu não foi com a cara dele, porque tirou as impressões digitais e fotografia dele!!!!!! Só se acalmou quando contamos que fizeram isso com todos nós e os trocentos manés que estavam na fila pra imigrar... :-)

O primeiro programa da viagem deveria ser o café da manhã no Lou Mitchells, um lugar mega-famoso, bem no começo da velha estrada, que funciona no mesmo lugar e se orgulha de servir o melhor café da manhã da América desde 1923. E lá fomos nós de metrô. Neste ponto, a viagem quase se transformou em 8 na 66, já que o Carlão mal pisou nos EUA e entrou em semi-pânico tentando ligar pra mulher no Brasil... Emprestou celular de todo mundo, e por pouco não pediu emprestado o de uma velhinha no metrô... Tentou de tudo que foi jeito até que conseguiu completar a ligação e pagou (quer dizer, pagou não porque o telefone era do Montanha...) uns 15 minutos de roaming internacional soletrando o endereço do blog... mas finalmente, voltamos a ser 7 na 66 e chegamos ao Lou Mitchells, não sem antes dar uma caminhada de uns 15 minutos carregando as malas...

A primeira impressão de Chicago, do ponto de vista de quem vai de metrô até Downtown não é das melhores... uma paisagem cinzenta e monocromática de casas baixas e quase iguais umas às outras parecida com algumas cidades interioranas da Inglaterra. Entretanto, no Centro a impressão muda radicalmente. Uma cidade de ruas largas com grandes prédios e uma interessante arquitetura que mistura nostalgia e modernidade. Passamos pela estupendamente alta Sears Tower e, numa esquina, tivemos certeza de que já tínhamos visto aquele cenário em mais de um filme, o que provavelmente é verdade dada a grande quantidade de filmes de gangsters e mafiosos filmados em Chicago, o local onde de fato a maior parte daquelas histórias aconteceu.
Os animais se empanturraram de omelete, tabasco e catchup (Heinz, é claro...) e o Lou Mitchells é o bicho! Cheio de "locais", mesas compartilhadas, uma experiência fantástica. E o omelete, de fato, é o melhor que todos nós já comemos!
Ato seguinte, ligamos pra Eagle Rider para pegar as motos. Opa! Primeiro problema à vista! Embora estivesse escrito no site da Eagle Rider (em português e em inglês) e no próprio voucher que recebemos da agência que poderíamos contar com traslado gratuito até a base da eagle rider bastando para isso uma ligação, fomos surpreendidos com a notícia de que eles não têm shuttle bus em Chicago e que deveríamos dar um jeito de chegar lá por nossa própria conta... Sem problema, pegamos o táxi e, evidentemente, os recibos do que gastamos (atenção Eagle Rider Brasil / Personal Tours, preparem os dólares para o reembolso dos nossos táxis...).
E já que falamos de Eagle Rider, fica aqui nossa constatação e recomendação a amigos motociclistas que se aventurarem por estas bandas: MUITO CUIDADO com a Eagle Rider! NÃO ASSINE SEUS CONTRATOS DE LOCAÇÃO SEM ANTES CONFERIR AS MOTOCICLETAS QUE IRÃO LHES ENTREGAR. O padrão de serviço que recebemos aqui em Chicago foi diametralmente oposto ao que recebemos em Los Angeles oito anos atrás. Se o Rodrigo, por exemplo, teve a sorte de pegar uma moto com menos de mil milhas rodadas, eu e Amaral na outra ponta pegamos motocicletas com mais de 30.000 milhas rodadas.

Pedi ao sujeito pra trocar por uma ao lado da minha, do mesmo modelo só que mais nova, e ele disse que não podia porque aquela estava reservada para alguém que pediu aquele modelo. Eu perguntei como reservar um modelo específico de ano/motor/cilindrada já que as duas eram o mesmo modelo e o que as diferenciava era o motor que na mais nova já er o 1600 cc e ele disse que infelizmente eles não podiam garantir o modelo. Entenderam? Pois é, nem eu... Se contadisse em 30 segundos... Argumentei que ele estava se contradizendo e ele veio com outra, que a minha moto deveria ir até Los Angeles e les a estavam esperando lá. Fui ver a moto mais nova e adivinhem? hehehe... tambem deveria ir pra Los Angeles. Isso tudo enquanto o Edu descobria que a moto dele tinha uma mala traseira cujo cadeado não funcionava e, ainda pior, descobria que a moto dele não tinha bateria!!!! Resumindo, o caos, mal atendimento, motos velhas e mal conservadas! Portanto, reforço: MUITO CUIDADO COM A EAGLE RIDER (os leitores da Moto Adventure em todo Brasil adorarão esta dica quando a viagem sair publicada na revista...).

Contratempos sanados até onde a (in)competência dos animais da Eagle Rider em Chicago permitiu, hora degastar uns doletas na loja da Harley. De lá, para o Best Western da Joliet Avenue para fazer check-in. Aqui, fica o registro de uma perda irreparável... O GPS do Rodrigão morreu!!!!! Foi atropleado!!!! Sim, atropelado... Ele colocou o bicho na moto e, pra garantir segurança, amarramos o bicho todo com fita pra ficar mega-firme. Mas ainda assim, a vibração do V-Twin da Harley venceu e o bicho despecou pelo caminho... pra piorar a situação, foi brutalmente atingido por um carro que vinha atrás do Rodrigão o que transformou o bichinho em sucata... Hoije a noite, tomaremos um shot e Jack em homenagem ao pobre GPS...
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Um minuto de silêncio...
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Ato contínuo, sorteio pra decidir que animais ficariam em 3 no mesmo quarto (e portanto, teriam um felizardo que dormiria no chão, ou dois ainda mais felizardos que dividiriam a cama...). Não quero ser o cavaleiro do apocalipse, mas o Dudone e o Edu (mais o tio Motanha...) acabaram ficando no mesmo quarto... não disse que os olhinhos dos dois brilharam lá atrás???? ;-) Para constar, Eu e Deco num quarto e Rodrigo e Carlão no outro.
De lá pras lojas de eletrônicos pra compras de última hora e descanso pra todos menos pra mim, já que eu queria um modelo específico de máquina fotográfica e tive que rodar umas 25 milhas pra conseguir encontrar. Mas encontrei e agora, enquanto a maioria dorme, estou fazendo este post pra alimentar de informação nossos amigos no Brasil (blogueiro sofre...).

Daqui a pouco o que deverá ser o ponto alto do primeiro dia: Legends! O bar do Buddy Guy em Chicago (dica do Rodrigo Florenzano, thanks mate!) onde vamos curtir um Blues de Raiz que provavelmente vai balançar as estruturas. Estamos preocupados apenas com o fato de que já estamos há mais de 12 horas nos EUA e ainda não conseguimos tomar uma Bud sequer... Já que as motos agora ficarão na garagem, tenho certeza de que compensaremos esta falha grave com sobras...
God Speed!!!!

2 comentários:

Unknown disse...

E ae Moçada! Estamos acompanhando diariamente os acontecimentos. Mas o que queremos mesmo é ouvir as estórias do estradão (ronco do motor, paisagem, vento na cara, barberagens etc.). Se o V-Twin do Harlão tá tremendo e jogando GPS pra fora é porque as motocas estão em ordem! Tem que parar com essa coisa de viado de "GPSinho" e seguir as placas pô... Lembrem que o espírito do troço é easy rider. Se errar o caminho vai ser melhor porque vão rodar um pouco mais...
Aproveitem o máximo de cada km (ou milha) rodado e não deixem de escrever as experiências. E não se esqueçam do conselho do amigo motociclista aqui: "na dúvida não ultrapasse, mas se tocar pra esquerda ENROLA O CABO!!!!!"
See you in the next chapter,
GRANDE abraço,
Alfredo e Fabi

Unknown disse...

E ae Moçada! Estamos acompanhando diariamente os acontecimentos. Mas o que queremos mesmo é ouvir as estórias do estradão (ronco do motor, paisagem, vento na cara, barberagens etc.). Se o V-Twin do Harlão tá tremendo e jogando GPS pra fora é porque as motocas estão em ordem! Tem que parar com essa coisa de viado de "GPSinho" e seguir as placas pô... Lembrem que o espírito do troço é easy rider. Se errar o caminho vai ser melhor porque vão rodar um pouco mais...
Aproveitem o máximo de cada km (ou milha) rodado e não deixem de escrever as experiências. E não se esqueçam do conselho do amigo motociclista aqui: "na dúvida não ultrapasse, mas se tocar pra esquerda ENROLA O CABO!!!!!"
See you in the next chapter,
GRANDE abraço,
Alfredo e Fabi