sexta-feira, 23 de maio de 2008

DIA 6 - E VEIO A CHUVA...

What's up, friends? Aqui, de vento em popa, melhor não podia estar! A chuva chegou, e não veio sozinha... veio com muito vento (eu disse MUITO), com granizo (todo mundo de cara ardendo de levar pedrada de gelo nos milímetros de pele descoberta... que saudade do meu capacete fechado...) e com um frio do cão (sensação térmica bem abaixo de zero grau no meio da tempestade..). E nos pegou romanticamente preparados para Route 66 (quase todo mundo com jaqueta de couro, luvas pra verão, capacete aberto, etc). Resultado: batismo, dessa vez pra valer, do Montanha e do Carlão. E o melhor: os “guris” foram aprovados com louvor!!!! Todos chegaram bem, nenhum incidente apesar das 300 milhas rodadas hoje, sendo mais de 100 nessas condições climáticas e chegada cedo em Santa Fé, com todos tendo a sensação de que tiveram o melhor dia da viagem até aqui! Vai entender... :-)

Ao contrário do que prevíamos ontem, não chegamos a Albuquerque. Nossa intenção inicial era percorrer a Rota até Albuquerque seguindo a Interestate 40, mas estudando os mapas para hoje, decidimos pegar outro alinhamento da Rota, este mais antigo, que “sobe” para Santa Fé, no Novo México, logo após a cidade de Santa Rosa. Este trecho da estrada, segundo vimos, era mais interessante do que o outro traçado e Santa Fé supostamente era uma cidade imperdível, portanto, mudança de planos. Isto tornou o caminho um pouco mais longo, mas valeu muito a pena (afinal, só as tempestades já valeram o dia... hehehe).

O dia começou cedo em Amarillo e poucas milhas após a saída da cidade chegamos a uma das atrações mais esperadas da viagem: o Cadillac Ranch. Muito mais pelas fotos que já vimos do local do que pela atratividade do local em si (um monte de cadillac velho enterrado no chão, grafitados ao extremo, inclinados com a mesma inclinação das pirâmides do Egito... Nada de surreal nisso...), este ponto era um dos marcos da viagem. E de fato, renderam boas fotos e uma sensação agradável de conquista, tipo “cheguei até aqui”. Agora, sensação de conquista mesmo foi a que sentimos quando chegamos ao “umbigo” da estrada, ou àquele que correspondo ao ponto central da Rota, na cidade de Adrian, na fronteira do Texas com o Novo México. Fotos na placa, abraços e todo aquele ritual que todo mundo conhece bem mas que não pode ser deixado de lado de forma alguma! Agora, só falta metade do caminho!

A paisagem hoje passou por transformações radicais! Cenário árido, semi-desértico no Texas, longas retas, clima de velho oeste, com relevos surgindo na paisagem, algo que não havia ocorrido até aqui. Aos poucos, evolui para clima de montanha, frio monstruoso como já descrevi e tempestades inclementes. Neste último trecho, à medida que nos aproximávamos de Santa Fé, e mesmo depois de chegarmos aqui, nos chamou a atenção a forma rápida e abrupta como o clima muda. Chegamos num posto a 50 milhas de Santa Fé debaixo de temporal. Abastecemos, tomamos café quente e quando saímos, tinha um sol de rachar!!!!! Continuamos na estrada com sol, em poucas milhas, caiu o céu, com granizo e o cacete. Chegamos em Santa Fé 40 e poucas milhas depois com tempo nublado, tendendo a sol... rodamos uns 15 minutos atrás de hotel e caiu outra tempestade... fizemos check-in, fomos na piscina fazer propaganda da De Cesaris (e não conto mais sobre esse episódio, façam suas deduções...:-D) e de lá, vimos de novo sol e céu totalmente azul lá fora. Coisa de maluco. Também continuamos encontrando viajantes pela Rota (cruzamos de novo os suiços que acharam uma loucura querermos chegar até Santa Fé, afinal, eram 300 milhas!!!!! Fuck off, butter butts!!!! :-D). Viajantes de todos os tipos, de todas as tribos, que chegam e param pra conversar. Os bundinha de manteiga, err..., quer dizer, os Suiços, dois Texanos que já viajaram até pela Arábia Saudita de HDs, um casal de idosos em férias que veio dar várias dicas do que ver pelo caminho, contar um pouco da sua vida, chegando ao detalhe de mostrar um fogão antigo exposto no café em que nos encontrávamos contando que um igual à aquele tinha provocado a marca no braço da senhora quando ela criança, que, claro, também conhecemos de perto, e várias outras pessoas nos postos de gasolina, cafés e restaurantes pelo caminho.

Santa Fé é uma cidade que realmente vale a pena. Arquitetura mexicana ao extremo (ao extremo porque em alguns lugares parece até meio forçado, “tipo feito pra parecer mexicano”, mas não deixa de ser bonito). Muita gente nas ruas, dificuldade pra encontrar hotel (hoje é sexta e Santa Fé é um destino concorridíssimo dos caras), mas uma excepcional sensação de metade do dever cumprido. Eu só queria que todos os meus “deveres” fossem assim...

Ah, hoje o Carlão não caiu!!!!! Provavelmente porque era dia par, mas não caiu!!!!! Que venha o dia 7!!!!!! :-D

2 comentários:

Unknown disse...

Salve Rapazeada!
Esse trecho foi interessante de acompanhar. Certamente a parte sem asfalto, a distância percorrida e a chuva de granizo deram um valor diferente para a ducha no final do dia...
Vimos nos telejornais daqui o desastre dos tornados por aí. Sorte de o último aconteceu fora da rota, lá no Colorado.
Fico imaginando a azia que deve fazer partes de suas rotinas. Se no Brazil aquele pastelzinho com pingado na viagem já queima tudo, imagina asa de frando com catch up, pizza, sanduiche de 2 kg e hamburgers, banhados com de cerveja, drink colorido e Jagermeister. O dragãozão deve mandar fogo...
Rodrigones: Se tinha dúvida de qual será o desenho da tatuagem agora não tem mais erro: tatua um PEZINHO no braço inteiro, pra lembrar que essa peça tem que ser "acionada" quando para a motoca!!!rs
Abraço a Todos e tudo de bom no trecho de amanhã!
PS: Estão chegando no Arizona certo? creio que lá as paisagens tem tudo a ver com motocicletas (terreno árido, cactus etc.) BOas fotos!

Anônimo disse...

Opa, até que enfim, um "merchan" da De Cesaris!!! Tava no contrato, não tava??!!!
Brincadeiras à parte, parabéns aos motoqueiros que aguentaram bravamente os granizos e tempestades!
Abraços, Liliane